perdemos a cabeça mas ela continua aqui
- Maíra Motta
- 21 de jan. de 2016
- 1 min de leitura
Não adianta adiantar o ponteiro que as caraminholas da mente não se descaraminholam pela pressa do pensamento. Essa mania de bater cabeça só faz é deixar a gente tonto. Você tava certo, tem saberes que são só do corpo; e sabe-se lá quanto tempo vai levar pra ele chegar até o meu dedão do pé. Que é só quando meu dedão do pé souber do que minha mente matuta que a coisa vai pra frente. Só vai quando não tiver mais jeito de não ir. Então, calma. Acalma e cuida do coração, que as taxas andam mesmo elevadas, querido. Calma, que o coração é um só e só seu. Acalma e apaga esse cigarro, imagina se buzinar desse jeito fizesse trânsito andar? Imagina se buzinar fizesse carro desaparecer, imagina, se fizesse a gente se desfazer em átomos só para voar na velocidade da luz e se materializar na muralha da china ou no décimo andar do prédio que é logo ali na próxima esquina mas a gente não consegue ser pontual porque o trânsito não anda, imagina, se buzinar poupasse a gente de usar elevador? A gente ficaria surdo antes de sair do próprio lugar. Imagina se a gente ficasse surdo, se o ponto virasse cego, se o cérebro pifasse pra todo tipo de lógica,
eu só confiaria em quem confia no dedão do pé.
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