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devagar

  • Fernanda Pougy
  • 3 de fev. de 2016
  • 1 min de leitura

Segunda feira de cinzas, eventos estranhos. O tempo meio confuso e o passo que ameaça sair pulandinho na calçada onde o bloco não está passando - hoje não é dia, moça, ande normalmente. O pé fica triste. Talvez te diga alguma coisa. As bolhas sentindo saudades do tênis de guerra, preferindo continuar calejando. Mas calma calma, "mais tarde a gente goza, perto do osso a carne é mais gostosa". Esses eventos impróprios para o mês de fevereiro: cinzas de pré-carnaval, IPTU, condomínio com taxas extras, fontes de renda se despedindo e novos planos sendo adiados. Mas a serpentina, a carolina, a purpurina… Você não precisa saber de mim? Das três marcas de sol diferentes que se distribuem pelos ombros, para contar de dois dias que só deus sabe como não desidratei? Os olhos incham tanto e sempre, mas deixo duas colheres de sobremesa no congelador e de manhã cedo coloco em cima deles por alguns segundos. Melhoram rápido, aprendi aos treze. Já tomei três banhos desde o último de brilho, no mar de concreto do centro do Rio. Corri, mergulhei. Saí da piscina depois de dois mil metros e, pasmem, continuava com purpurinas. Elas estão nos tapetes da casa, no chuveiro, dentro da geladeira. Se guardando para quando… Lalaiá laiá. Talvez te conte qualquer coisa, se me der dois minutos de espera na portaria, concentração para uma história que dura mais de cinco frases, interesse para quem termina de dizer e sai voando do bar, do assunto, da cena. Talvez te encontre numa rua e grite. Quem sabe te ponto?

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