Lado B
- Maíra Motta
- 22 de fev. de 2016
- 1 min de leitura
Se não exercita a língua, se não umedece a garganta, se não estremece as cordas,
o sonido sai bruto.
Você vivia p'ra me precaver do lado A do hábito; Bota p'ra tocar o lado B do disco.
Me lembra que eu penso muito e que, é verdade, tenho pensado muito em pensar menos.
Bagunçar as palavras e cozinhar numa mesma frase qualquer coisa contra a monarquia e o cheiro bom daqueles ciprestes.
Você não presta. Vem, me contesta, que a gente é feito pensamento: se dá em oposição.
Me testa. Que testa a testa se ama melhor. Me dá um trago e me ensina a soltar fumaça em círculos. Rompe o ciclo.
Nada contra a corrente, vem quente -e o velho Erasmo já sabia o final. Arranha a guitarra e vira bicho, bicho. Brinca comigo. Briga comigo. Se faz meu amigo, só não faz promessa.
Embarca nesse balanço que a gente se equilibra enquanto dança.
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