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  • Flávia Trizotto
  • 13 de mai. de 2016
  • 1 min de leitura

Ontem rolou o afastamento da presidente Dilma e a chuva caiu. Eu ando muito chorona e há mais ou menos um mês atrás, no dia da votação da Câmara dos Deputados, eu chorei. Não sei se foi de desespero ou se foi porque cheguei na casa dos meus amigos, para assistir aquele circo, e me senti acolhida com o abraço forte de um deles. Achei que cairia no choro ao ver a Dilma ser afastada, mas até que não. Meu semblante ficou sério, fechado e rígido. Li a maior quantidade de textos e notícias que poderia ler em uma tarde enquanto tentava trabalhar. Chorar no dicionário significa deixar correr. Acho que é mais ou menos isso que a galera contra o golpe não quer: deixar correr essa injustiça, e é por isso que eu não chorei e não vou chorar. Uma grande amiga veio perguntar hoje cedinho, depois do nosso encontro de ontem a noite para afogar as mágoas, se vamos lamentar, se não vamos fazer nada... E eu te respondo, meu amor, que ontem o céu respondeu: chover no dicionário significa sobrevir sucessiva, chegar. E a gente vai chegar, todo mundo junto, todo mundo gritando, não vamos deixar. A gente vai pra rua porque lutar significa alcançar. Lutar é não Temer.

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