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apnéia
- Maíra Motta
- 26 de jun. de 2016
- 1 min de leitura
vomito ar
nada pode parar dentro
de um pote de vidro
guardo meu sono e teu nome
chacoalho pra ver
o barulho e as letras
que a insônia tem
dias e cama coincidem numa quarta-feira
de segunda à sexta palavra não tem ninguém
amor apnéia contrai o pulmão
e cem por cento da minha capacidade
metafórica
a palma da minha mão
tem mais linhas do que o metrô de Buenos Aires
e nem que eu usasse a plataforma da moda
eu alcançaria o teu nariz
e isso em nada tem a ver com o seu desvio de septo
ou com o meu estrabismo
extra-abismo
nossa compatilibidade sanguínea
nem Karl Landsteiner
explica
ser positivo ou negativo ou realista
é só uma vista de ponto questão
tá tudo torto por dentro.
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