milady
- Fernanda Pougy
- 29 de jun. de 2016
- 1 min de leitura
Gente que trata gente como resto. Not what i aim. Cidade olímpica purgatório, mudanças para tão pior, como se possível fosse! - pensávamos antes. Preciso de um corpo colado, mas cinquenta dia tarde e noite, ônibus e metrô lotado? Not what… Tanta gente, você vai mesmo entrar aqui com esse bebê? Ás vezes não tem jeito, mas dá-se um jeito. Imagina o ponto de vista desse ser humano em miniatura. Da senhorinha lendo a oração de são miguel arcanjo. São quem? A moça jogando candy crush. Nunca experimentei. Not what i am, not what i aim. Você acha que dribla o caos porque anda de bicicleta, é esse tipo de gente. Aposto que encontra seus obstáculos dentro da ilusão de viver em liberdade. Restos no caminho. Isso serve de metáfora para uma vida inteira. Assim como não odiamos os outros que estão no ônibus, tão sardinhas quanto você ali, não odeio o fato de você não aceitar a mão que estendo e protestar que fique sem nada, pois não dei o braço inteiro. Até acho poético. Odeio o ônibus, que não é culpa da lataria, odeio o cenário. Odeio o trânsito, que não é culpa do relógio, nem dos outros que existem na cidade. Odeio que não venha encontrar minha mão e arriscar ganhar ou perder - o resto. Procure lembrar que sem a mão não se leva braço, nem abraço. Não me leva nem tão longe quanto o ônibus lotado, todo dia de manhã.
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