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duas noches

  • Ailén Scandurra
  • 15 de nov. de 2016
  • 1 min de leitura

Dedos bordô de quê

Corpo responde

mania insolente

de transparecer doente

gente por dentro

navegam porosos

costumeiros e parasitas

cospem a madeira carcomida

cospem o soluço

cospem a censura

transpiram

amanhecem por hora

de hora em hora

veias já são tubérculos

toxina feito chá

toxina feito já

toxina feito tu

dicotomia lúcida

escarrando motivos

de ser assim um doido

abandonado

deixado de lado

por ti

apenas por ti

um litro de rum

dois litros de tum tum

olha pra lua

você diz

olha pra lua

enquanto teus olhos vidrados

já naufragados

mal distinguem seu brilho

da lanterna

e com raiva contida

mal dita por ti

pra mim sorri

reluzindo pequeno diabo

de alguém que desconheço

e grita a fúria de um corpo

entupido até as tripas

transbordando pelos poros

o cheiro de esquecimento

o cheiro de 40%

o cheiro de água parada

o de “hei, ta tudo bem

de novo

e amanhã

e hei, ta tudo bem

relaxa abobada

olha pra lua

não dá nada”

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