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sintaxe: a morte da palavra

  • Maíra Motta
  • 17 de jan. de 2017
  • 1 min de leitura

A notícia de que a palavra estava à beira da morte virou verbo e correu por toda Gramática. Tem gerúndio dizendo que não tem mais jeito e, vendo que ela anda mal das letras há tempos, apelou pra oração. Mas o sujeito sabe que oração também envelhece: caduca, perde a ordem, a concordância e todas as relações de subordinação -pelo menos isso. A primeira pessoa do plural, que nunca aprendeu a ficar sozinha, panicou com a possibilidade da perda e se suicidou primeiro. Pra evitar a morte e a ambiguidade, os pronomes oblíquos se retiraram da própria frase e escreveram assim as últimas palavras: quando não ( ) ama, a palavra ( ) mata.

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