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Mantra

  • Monise Valente
  • 22 de nov. de 2017
  • 1 min de leitura

Hoje tive uma recaída.

Desviei meu caminho pra passar na rua do trabalho dela. Era uma segunda-feira. Disse pra mim mesma que aquela era a melhor maneira de se chegar onde eu queria, mesmo sabendo que não era verdade.

Depois de muito tempo com a mente e o coração tranqüilos, hoje a falta dela chegava a causar taquicardia, sem me deixar respirar.

Não temos nada pendente. Tudo o que havia pra ser dito, foi. Pra ser vivido, talvez não. Mas teve de ser assim. Es muss sein, com todo o peso de uma paixão vivida com culpa, medo e incerteza.

Es muss sein.

Es muss sein.

Eram cinco da tarde, horário em que ela costumava sair. Prendi a respiração ao passar em frente ao prédio onde ela provavelmente ainda trabalhava, ouvindo música francesa em seus fones de ouvido e explodindo bueiros em experimentos fantásticos de computador. Eu posso ou não ter conscientemente reduzido meu passo. Mas ela não saiu pela porta.

Puxei o ar novamente e segui meu caminho hoje como sigo minha vida há seis meses, todos os dias. Sem ela. Na insustentável leveza dos meus dias já caminho sem culpa, mas não menos inquieta. Não olho pra trás, mas se fecho os olhos, ainda está tudo lá.

Es muss sein, penso novamente, como um mantra que me ajuda a caminhar.

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